quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O novo Benfica

O jogo de ontem da Liga dos Campeões, entre o Benfica e o Lyon, acabou com uma derrota da equipa portuguesa. Esta já é a sexta derrota, esta época, da equipa orientada por Jorge Jesus. Qualquer semelhança com o Benfica campeão a época passada é pura ilusão. Este Benfica é diferente, e para pior. Em Lyon, viram-se, mais uma vez, algumas das fragilidades que parecem acompanhar a equipa portuguesa, em alguns jogos, esta temporada. O Benfica que jogou ontem em Lyon, foi sempre uma equipa desinspirada, com falta de concentração e, principalmente, com grande desorientação. Parece faltar, esta época, muita coisa ao Benfica. É verdade que Ramires e Di Maria eram importantes na estrutura do clube da Luz, mas as ausências dos dois jogadores, entretanto contratados pelo Chelsea e o Real Madrid, não podem explicar a tão grande diferença de qualidade apresentada no futebol dos encarnados.

Fazendo uma análise da temporada, até agora decorrida, percebemos que alguns jogadores parecem estar, claramente, em quebra de forma. Começando pela posição do guarda-redes. Roberto parece, finalmente, ter encontrado a tranquilidade necessária para demonstrar a qualidade que levou os dirigentes do Benfica a avançarem para a sua contratação. Se o guarda-redes parece ser um problema do passado, já a defesa não tem conseguido mostrar a segurança de outros tempos. Do quarteto defensivo, normalmente titular, Luisão e Fábio Coentrão são os jogadores em melhor plano. Por seu lado, David Luiz está a anos-luz do jogador preponderante da temporada anterior. Falta de concentração, abordagem infantil a alguns lances, são alguns dos problemas apontados ao internacional canarinho.

No meio campo, Javi Garcia parece sentir muito a falta de Ramires ao seu lado. O exemplo perfeito dessa afirmação foi dado ontem em Lyon. O jogador espanhol deixou sempre muito espaços nas suas costas, dando assim a Pjanic e Gourcuff muita liberdade de movimentos. Carlos Martins e Pablo Aimar são os jogadores que aparentam estar em melhor forma no meio campo do campeão português.

O que parece também ter falhado foi a preparação da pré-época. De todas as contratações, somente Nicolas Gaitan é aquele que joga com mais regularidade. Como se viu ontem em Lyon, são grandes as oscilações de rendimento do jovem jogador argentino. Gaitan tem tido alguma dificuldade em jogar nas zonas laterais do meio campo, tendo efectuado o seu melhor jogo pelo Benfica contra o Arouca, jogo em que ocupou posições mais centrais no meio campo encarnado.

Jorge Jesus demora a entender que este Benfica já não é o mesmo do da época passada e continua a insistir num discurso demasiado positivista. O treinador encarnado parece ter alguma dificuldade em admitir que em certos jogos a equipa encarnada não consegue, simplesmente, entrar no jogo. O jogo, de ontem, com o Lyon é paradigmático e contradiz muito daquilo que o treinador encarnado disse, antes da partida, na conferência de imprensa, em que afirmava que poucas equipas jogavam como a equipa encarnada. Tal afirmação parece demonstrar que o treinador encarnado ainda pensa, e muito, na equipa campeã do ano passado. Esta época há um novo Benfica e, por muito que Jesus não o queira admitir, em 12 jogos já são 6 as derrotas, este novo Benfica não é melhor.

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